Fique por dentro do conceito de prossumidor: a origem e todas as características dos consumidores que estão liderando revoluções na internet e na produção energética.

Tempo de leitura: 7 minutos.

Assim como tudo no mundo dos negócios, os consumidores também evoluem com o passar do tempo. Não é à toa que autores consagrados, como Philip Kotler, dedicaram vários momentos do seu trabalho para entender a relação entre os fatores culturais e o comportamento desse componente tão importante para o mercado.

Um bom exercício de memória nos permite relembrar que, entre tantas particularidades pontuais, o consumidor já foi visto como uma figura passiva e anônima que ficava escondida atrás de grandes corporações midiáticas e industriais. E permaneceu assim, adormecido, por muitos séculos, esperando que a evolução tecnológica lhe desse mais poderes.

Essa vontade chegou perto de ser realizada em meados dos anos 50, quando o controle remoto entrou na vida das pessoas. O aparelho não controlava a oferta do conteúdo televisivo, mas já oferecia ao consumidor a possibilidade de escolher o que gostaria de assistir. Tudo sem fazer esforço.

O resultado dessa renovação tecnológica foi a diminuição gradual da distância que separava produtores e consumidores. Um processo que continuou a todo vapor, culminando na chegada dos serviços de streaming, que colocaram todo o poder de decisão nas mãos dos espectadores: nós decidimos onde, quando e como iremos acessar o conteúdo.

No entanto, essa não é a maior mudança gerada pela era digital. Esse título vai para a consolidação dos prossumidores. Uma legião de usuários que aproveitou o crescimento das redes sociais para subir o nível de exigência e dissipar, de uma vez por todas, as fronteiras da produção de conteúdo.


Neste artigo, vamos falar sobre:

  • O conceito de prossumidor, da origem até os dias de hoje;
  • As principais características dessa nova classe de consumidores;
  • Sua influência em diversos âmbitos da sociedade, incluindo a Internet das Coisas e a Revolução Energética;
  • O futuro da relação entre produtores e consumidores.

A Origem do Prossumidor

A transformação do consumidor em prossumidor foi, sem nenhuma dúvida, a mudança mais impactante que o mercado enfrentou nos últimos anos. Mas a pergunta mais importante deste texto é: você sabe exatamente o que são os prossumidores?

Prossumidor

Criado a partir da combinação entre as palavras produtor e consumidor, o termo foi utilizado pela primeira vez em um livro escrito pelo pensador futurista Alvin Toffler. Seu objetivo era retratar pessoas que se dedicavam à produção de bens e serviços para consumo próprio.

Essa dinâmica de subsistência descrita em primeira mão pelo autor realmente “virou moda” alguns anos depois, mas o termo não se estagnou. Sob a tutela de Philip Kotler, ele passou a descrever um novo tipo de consumidor que tem liberdade para ser um produtor de conteúdo por meio de blogs, redes sociais e outras ferramentas marcantes da era digital.

Uma atualização que parece justa quando retornamos à diferença entre os consumidores típicos da televisão e os da internet. Antes, mesmo com toda a autoridade oferecida pelos controles de última geração, pessoas comuns não poderiam criar um canal reservado para exibir suas ideias; agora, qualquer um se torna dono do seu próprio conteúdo com um único clique.

Inseridos na Era Digital

A consolidação desses produtores de conteúdo como parte do mercado foi viabilizada pelo acesso a uma série de ferramentas digitais. Portanto, é justo que nós analisemos os seus respectivos comportamentos em redes sociais para traçar algumas características marcantes.

Os prossumidores são, acima de tudo, antenados no que está acontecendo com as marcas que os cercam. Ou seja, sabem tudo sobre o passado, o presente e até o futuro dos produtos que estão adquirindo.

Eles também são extremamente engajados em questões sociais, políticas e ambientais. Logo, valorizam negócios preocupados com a sustentabilidade e com o bem-estar do planeta como um todo.

Tal combinação resulta em uma geração de consumidores ativos, participativos e mais exigentes. Afinal, eles não querem só consumir ou gostar de algo; querem interagir, avaliar e contar para todo mundo sobre essa aprovação. Ou, em certos casos, sua possível desaprovação.

E é justamente na existência dessa outra opção que reside o grande medo de muitas empresas: a possibilidade de não atingir as expectativas e precisar lidar com o desgosto de clientes que buscam qualquer oportunidade de compartilhar sua opinião.

A solução, em primeiro lugar, é estar ainda mais antenado do que eles. Isso significa que, mesmo recebendo uma grande quantidade de conteúdo, você precisa manter essas pessoas por perto, acompanhando tudo com o intuito de compartilhar as partes boas ou tratar as ruins.

Além disso, as marcas precisam estar preparadas para manter os prossumidores ativos e satisfeitos. Uma boa opção é valorizar a criação de enquetes, testes ou experiências virtuais, porque isso alimenta esse público, que tanto anseia por interações, com propostas personalizadas e exclusivas.

Protagonistas na Revolução Energética

Não podemos explicar quem são os prossumidores sem falar sobre a internet, mas se engana quem acha que sua presença está restrita ao mundo digital. Na verdade, essa transição que elevou coadjuvantes dominados por marcas intocáveis ao posto de protagonistas das suas próprias criações aconteceu em diversos âmbitos produtivos, incluindo o cenário energético.

Vale ressaltar que, em todos eles, é possível perceber como o surgimento dos prossumidores foi influenciado por uma mudança mercadológica na relação entre produtores e consumidores. É como se uma pista de mão única passasse por obras e se transformasse em uma rodovia com várias faixas.  

Na internet, esse movimento foi liderado pela popularização das redes sociais. Já na produção energética, a revolução vem sendo alimentada por inovações tecnológicas que facilitam o aproveitamento de fontes renováveis de energia, como a energia solar.

Para exemplificar, podemos voltar no tempo e relembrar que a energia do sol era considerada pouco acessível. E, de fato, o custo envolvido na instalação e manutenção dos painéis solares realmente afastava possíveis consumidores.

Uma verdade que foi alterada pela criação da modalidade de geração compartilhada de energia solar. Segundo André Sallum, diretor da EMGD, essa novidade permite que empresas especializadas em geração distribuída construam suas usinas e aluguem as placas solares capazes de suprir o consumo de energia de empresas e residências.

Prossumidor

Tudo sem exigir qualquer investimento, instalação ou preocupação, já que a energia produzida nas usinas é injetada diretamente na rede de distribuição e chega até você. Só é preciso contratar o serviço para reduzir seus custos e ajudar na sustentabilidade do planeta.

“Parece mágica, mas trata-se do encontro entre geografia, astrologia e doses extras de tecnologia”, ressalta Sallum em texto para o portal O Tempo.

Um Futuro Inovador

O Prossumidor na Internet das Coisas

A Internet das Coisas já é, por si só, uma espécie de evolução da era digital que busca conectar cada vez mais dispositivos à internet. E isso não possui nenhuma relação com o desempenho ou a performance de celulares, computadores e softwares empresariais. Esses exemplos já nasceram dependentes da conexão.

A ideia aqui é modificar equipamentos do dia a dia que, até então, não precisavam de Wi-Fi para funcionar plenamente. Com isso, está se tornando mais comum ver geladeiras, lâmpadas, fechaduras e pulseiras inteligentes ganharem o mercado sob a promessa de automatizar tarefas cotidianas.

Essa realidade pode marcar o início de uma nova fase na relação entre produtores e consumidores. É possível, por exemplo, que os prossumidores ganhem ainda mais força graças ao surgimento de uma leva inédita de plataformas, mídias e opções de conteúdo.

Ao mesmo tempo, as marcas vão precisar se dividir entre a análise massiva de dados gerados por esses dispositivos e a chance de marcar presença em outros momentos da vida dos seus clientes. Entender o funcionamento desses pontos de relacionamentos alternativos será a chave para maiores índices de produtividade e fidelização.

Afinal de contas, em um mercado mais abundante, o consumidor amplia o seu poder de decisão. E a tendência é que a união de prossumidores, Internet das Coisas e Indústria 5.0 nos conduza até um cenário voltado para a produção de itens mais personalizados.

Não devemos nos esquecer que, no futuro, o mercado vai depender ainda mais da disseminação de informações liderada por esse prossumidor que, por sua vez, está ansioso para receber novidades que movimentem sua produção de conteúdo. Logo, não existirá solução mais eficiente do que a colaboração.

Fique por dentro da Indústria 5.0 com todos os seus avanços e dificuldades neste texto especial.

Subsistência Tecnológica

Os avanços tecnológicos prometem colocar a internet em cada vez mais lugares, e o resultado imediato desse movimento é a abertura de novos mercados. Em outras palavras: assim como a era digital ofereceu espaços inovadores para os consumidores produzirem conteúdo, o futuro nos direciona para mais uma revolução.

Com essa ampliação de oportunidades, o prossumidor terá a chance de se dedicar a outros tipos de conteúdo e serviços. Ele desfrutará do acesso a hologramas e vídeos imersivos na internet, mas também poderá criar, por exemplo, uma horta caseira que aproveite a energia gerada por painéis solares ainda mais tecnológicos e baratos.

A tendência é que, seguindo as teorias desenvolvidas por Alvin Toffler, o ser humano busque maneiras de produzir, por conta própria, bens que fazem parte do nosso cotidiano.

Como avisa André Sallum em entrevista ao site Diário do Comércio, esse movimento deve crescer exponencialmente nos próximos anos. A pandemia deixou claro que é essencial respeitar o meio ambiente onde vivemos, incentivando assim nossa busca pela sustentabilidade.

E, no caso da produção de energias renováveis, as mudanças não irão parar por aí. Contando com a evolução tecnológica das baterias, alguns especialistas já sugerem o uso do termo “prosumager” para descrever um tipo de consumidor que não só produz, como armazena sua própria energia. Uma novidade que, mesmo cercada por incertezas, expandiria novamente as fronteiras da revolução energética.

“É um caminho sem volta. A matriz energética do Brasil é predominantemente hídrica. No entanto, tanto a energia eólica quanto a solar vão crescer muito e se tornarão ainda mais relevantes em breve”, garante Sallum.

Conclusão

Usado para descrever pessoas que produzem e consomem o próprio produto ou serviço, o termo prossumidor surgiu na década de 80 em antecipação ao fortalecimento da subsistência como modo de vida. Com o tempo, ele foi evoluindo e se expandindo para setores como a internet e a geração de energias renováveis.

No mundo digital, esse grupo aproveita o fácil acesso às redes sociais para produzir conteúdo midiático sobre tudo que consome. Enquanto isso, no contexto da revolução energética, a popularização de tecnologias como as usinas fotovoltaicas permite que diversas empresas aluguem placas solares e se tornem produtoras da sua própria energia por meio da geração distribuída.

O resultado pode ser ótimo para a natureza e para o seu bolso, levando em conta que, pela geração distribuída, energia limpa e renovável é injetada na rede de distribuição e reduz os valores das contas de luz sem depender de nenhum investimento ou instalação de equipamentos próprios.

Para completar, graças ao avanço cada vez mais acelerado da tecnologia, essa revolução deve alcançar novos estágios em breve. O fortalecimento da Internet das Coisas, entre tantas tecnologias essenciais, tende a expandir o mercado, aumentando assim o poder de decisão e a independência dos prossumidores.

O prossumidor é engajado em causas sociais como uma das suas características centrais, logo, não é exagerado sugerir que essa nova classe de consumidores está na dianteira tanto da revolução midiática quanto da energética. Existe algo muito atraente na possibilidade de se produzir os próprios bens, de forma sustentável, sem precisar desembolsar grandes montantes de dinheiro.

Compreender isso é um primeiro e substancial passo rumo ao desenvolvimento sustentável do ser humano, e o planeta Terra certamente agradece.


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