Conheça alguns conceitos e tecnologias que vão transformar o vídeo no futuro.

Tempo de leitura: 7 minutos.

A nossa vida está constantemente cercada por vídeos. Eles estão em anúncios publicitários, filmes, publicações em redes sociais, placas digitais, mensagens de WhatsApp, chamadas e mais uma série de formatos que surgem a cada semana.

Segundo o último relatório produzido pela Kantar IBOPE Media, 99% das pessoas assistem a vídeos em mais de uma tela, incluindo televisão, celular, serviços de streaming e até mesmo videochamadas.

No entanto, esses exemplos populares representam apenas uma pequena parcela de um mundo que ganha novas proporções com frequência, graças ao avanço tecnológico e às mudanças comportamentais de um consumidor cada vez mais interessado em criar conexões realistas.

Uma mudança de panorama que posiciona o vídeo, cuja presença no entretenimento está consolidada há décadas, como uma peça essencial em setores como educação e indústria. É por isso que você precisa prestar atenção nestes quatro conceitos com potencial para moldar o futuro do vídeo.

Vídeo

Inteligência Artificial

Talvez você não perceba, mas, de vez em quando, as redes sociais são dominadas pela viralização de algum vídeo produzido por meio de softwares de inteligência artificial. Os mais famosos são aqueles filtros realistas que transformam pessoas normais em famosos.

Essa tecnologia, conhecida como deep fake, não é necessariamente fácil de manusear, porém, ganhou popularidade por conta da perfeição com que emula as feições de pessoas, sejam elas reconhecidas ou não. Inclusive, uma dessas ferramentas surpreendeu muita gente em 2019, quando demonstrou que seria possível criar um pequeno vídeo a partir de apenas uma foto.

De acordo com a startup DeepTrace, o número de peças criadas com ferramentas desse tipo cresceu 330% entre outubro de 2019 e junho de 2020. Um movimento vertiginoso, que deve ter sido impulsionado pelas inovações tecnológicas que possibilitaram a criação de novos softwares e novas oportunidades de utilização.

Ao mesmo tempo, esse processo de evolução permite que as criações digitais enganem seres humanos, inteligências artificiais e sistemas de segurança com mais frequência. Uma pesquisa realizada na Universidade de Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, concluiu que uma deep fake bem feita pode confundir sistemas de empresas renomadas, como Microsoft e Amazon, em quase 70% das tentativas.

São detalhes como esses que fomentam uma discussão que passa pela disseminação de fake news: como evitar que a deep fake prejudique as pessoas nesse cenário que carece de legislação ou regulamentação moral?

A resposta para esse questionamento ainda não existe, apesar de o mesmo ser o único obstáculo que atrapalha o crescimento da tecnologia. Afinal, fora essa preocupação com conceitos morais, os vídeos produzidos com o suporte da inteligência artificial possuem utilizações éticas e valiosas em diversos ramos. Entre as plataformas que se destacaram recentemente, nos ajudando a compreender a dimensão dessa evolução, estão o VideoAsk e o Synthesia.

O primeiro permite que você produza vídeos e interaja com a audiência do seu site, por exemplo, através da lógica condicional. Em outras palavras: se o consumidor perguntar uma coisa, a resposta será “A”; se ela perguntar outra coisa, o sistema ajusta os detalhes para que a resposta seja “B”.

O Synthesia vai além, já que possibilita traduzir um anúncio existente para outro idioma sem prejudicar a sincronia com a boca ou até mesmo criar vídeos interativos a partir de um texto escrito. Só é necessário selecionar um avatar digital, escrever o texto em qualquer um dos idiomas disponíveis e esperar a inteligência artificial finalizar o vídeo de forma automatizada.

Vídeo

Realidade Virtual

Assim como a realidade aumentada, a realidade virtual é um conceito voltado para a criação de cenários compostos por elementos digitais. Usando uma série de efeitos visuais, sonoros e táteis, a proposta resumida dessa tecnologia é proporcionar uma experiência de imersão total sem que o consumidor precise sair de um ambiente físico específico.

A diferença é que a realidade aumentada mistura real e virtual, inserindo elementos digitais ao nosso redor. Já a virtual investe na construção completa de ambientes virtuais por meio de vídeos e técnicas de renderização em 3D, recriando um espaço real ou usando a imaginação em todos os aspectos.

O uso mais reconhecido está atrelado ao universo dos jogos. Porém, a nossa sociedade tem buscado aplicações que vão além do entretenimento. As únicas barreiras são a pouca evolução dos equipamentos, como óculos e capacetes de realidade virtual, e as falhas que podem ser geradas por uma internet menos potente.

A boa notícia é que as empresas de tecnologia já estão investindo nessas melhorias, incluindo a criação de equipamentos, como trajes que permitem sentir a temperatura do jogo e cadeiras hiperconectadas. Além disso, a integração com sistemas de inteligência artificial e a disseminação do 5G tendem a aumentar tanto as comunidades de usuários, quanto às funcionalidades.

Isso significa que, em breve, será possível melhorar a qualidade de treinamentos esportivos e militares, auxiliar no ensino de técnicas cirúrgicas, inserir o espectador dentro da notícia ao vivo, aprimorar a apresentação de projetos arquitetônicos, acelerar a transformação digital das indústrias, aumentar o nível de atenção em sala de aula através de experiências imersivas e garantir uma qualidade de vida maior para pacientes com mal de parkinson.

E se você ficou impressionado, espere até descobrir que o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, aposta em um futuro ainda mais avançado. Segundo ele, a realidade virtual vai criar “uma onda econômica” que influenciará na produção física de equipamentos como televisores, visto que, com o avanço da tecnologia, não precisaremos de nada disso para entrar em ambientes virtuais.

São falas como essa que colocam a realidade virtual na lista das tecnologias com maior projeção de crescimento. Uma pesquisa realizada pelo IDC Research em 2018 sugere que, juntos, os investimentos em realidade virtual e realidade aumentada devem alcançar a marca de 15,5 bilhões de euros até 2022.

Live

Live Commerce

Vender coisas ao vivo pode parecer uma ideia do passado para quem acompanha a programação de alguns canais que praticam televenda. Mas a verdade é que esse conceito ganhou novos contornos com o streaming e se tornou um fenômeno durante a pandemia.

Sem a possibilidade de realizar vendas físicas, as empresas tiveram que encontrar uma forma de chegar ao consumidor e garantir seu engajamento. Uma das boas opções foi direcionar investimentos para lives de venda que, na maioria das vezes, reúnem promoção, comércio virtual e entretenimento em um mesmo local.

Inclusive, nesse contexto em que o número de e-commerces cresceu 40% entre agosto de 2019 e agosto de 2021, as lives commerces se tornaram peças fundamentais do funil de vendas. É uma estratégia que consegue alavancar as vendas por meio da presença de shows preenchidos por famosos, técnicas de gamificação e muita interação.

Não é à toa que essa se tornou a palavra-chave dessa proposta. A criação de um relacionamento direto entre marca e consumidor permite que as empresas apresentem os produtos de maneira educativa e utilizem gatilhos persuasivos, como a escassez de produtos, preenchendo algumas lacunas deixadas pelo e-commerce tradicional.

A produção das lives costuma depender de altos investimentos, mas os benefícios são relevantes. A começar pelo uso do vídeo, uma vez que 84% das pessoas se sentem mais próximas de finalizar uma compra após assistir um conteúdo desse tipo (Wyzowl).

Em segundo lugar, o fato dos usuários passarem mais tempo nas plataformas de venda, sejam elas provenientes de aplicativos próprios, sejam do YouTube, tende a resultar no aumento do ticket médio.

Vantagens que geram resultados impactantes e ajudam a transformar essa iniciativa em algo maior do que uma aposta para tempos de crise. Afinal de contas: não podemos ignorar que, no geral, as lives patrocinadas geraram uma taxa de cliques 48% maior em relação a outras campanhas.

Números expressivos que também se destacam em outras partes do planeta. Na China, por exemplo, são realizadas cerca de 50 mil transmissões ao vivo por dia, acumulando 50 bilhões de visualizações e movimentando mais de 1 trilhão de iuanes durante o ano de 2020.

Ainda que o Brasil esteja longe de chegar nesse status, as projeções mais recentes estão convencidas de que os rendimentos devem crescer por conta do surgimento de novas plataformas especializadas e da chegada de tecnologias, como o 5G, que aprimoram a estrutura por trás da estratégia.

Streaming no Celular

Streaming

Além de ser uma tecnologia essencial para a realização de lives commerce, o streaming se solidificou como uma grande difusora de conteúdos em vídeo durante a pandemia da covid-19. De acordo com uma pesquisa da eMarketer, 106 milhões de lares americanos assistirão no mínimo a um conteúdo em streaming até o final de 2021, superando os acessos relacionados à televisão a cabo.

As pessoas estão substituindo, com cada vez mais frequência, os horários nobres do modelo tradicional por um formato em que podem consumir aquilo que desejarem no momento em que definirem por conta própria. Um apelo comercial compartilhado por plataformas como Netflix, YouTube, Amazon e Spotify.

Mesmo assim, é curioso notar que o isolamento social aumentou o número de usuários de streaming na televisão. Os dispositivos móveis mantêm a liderança, mas Neal Mohan (diretor de Produto do YouTube) ressalta que 120 milhões de habitantes dos EUA decidiram transmitir seus conteúdos em televisões com o intuito de aumentar a qualidade da experiência.

Isso faz com que, apesar da dificuldade de medir o retorno de anúncios e investimentos, o streaming garanta seu lugar como tecnologia do presente e do futuro. Não é à toa que esse tipo de transmissão já está sendo visto como uma solução para outros setores.

Na educação, o streaming contribui para a difusão de conteúdos educativos que se apropriem das possibilidades interativas exploradas por plataformas como Netflix e YouTube. Existe a chance, por exemplo, de interagir com outros estudantes durante a mesma transmissão sem que eles estejam dividindo o mesmo espaço.

Um resultado que, com a popularização do 5G, deve se tornar ainda mais popular e permanecer em alta após o retorno gradual das atividades presenciais. Afinal, estamos falando de uma ideia que passa por temas como mobilidade urbana, bem-estar do espectador e sustentabilidade socioambiental.


Quer conhecer outras tendências que, assim como o vídeo, têm potencial para mudar o futuro? Acesse o nosso Blog e faça parte deste movimento em prol de um planeta mais moderno e sustentável. 

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