Conheça cinco tendências inovadoras que já estão transformando o setor da computação.

Tempo de leitura: 7 minutos.

A relação do ser humano com a internet mudou significativamente nas últimas décadas. A evolução tecnológica abriu as portas de um mundo preenchido por eletrodomésticos inteligentes, celulares de última geração e outras tecnologias que estão enraizadas no nosso dia a dia.

Por consequência, a computação como um todo precisou acompanhar essa evolução. O desenvolvimento acelerado e outros fatores, como o fortalecimento da Internet das Coisas, colaboraram com a criação de um cenário em que o processamento de dados deve ser cada vez mais ágil e eficiente.

Pensando nisso, nós separamos cinco ideias que estão crescendo e transformando esse setor tão importante para o presente e para o futuro.

Computação de Gêmeos Digitais

Computação

A computação de gêmeos digitais está relacionada à criação de cenários virtuais que duplicam produtos, processos e sistemas concebidos no mundo real.

Trata-se basicamente de uma tecnologia que viabiliza o desenvolvimento de modelos renderizados em 3D com o propósito de visualizar, monitorar, investigar projetos existentes ou em processos de elaboração. A ideia é testar situações comuns, antecipar problemas e propor melhorias dentro desse ambiente seguro e maleável.

Os protótipos digitais são dinâmicos e preparados para se atualizar sempre que a versão física sofrer qualquer tipo de alteração, apresentando tudo com o maior nível de realismo possível. Além disso, a utilização conjunta com inteligências artificiais possibilita que o gêmeo virtual aprenda com pessoas e máquinas.

Atualmente, essa técnica pode ser encontrada tanto em jogos de realidade aumentada, como Pokémon Go, quanto em fábricas inteligentes. Um estudo desenvolvido pela Gartner antecipou, há quatro anos, que metade das plantas industriais incluiriam os gêmeos digitais em seus processos até 2021, gerando uma melhoria de 10% nas taxas de eficiência.

Tal resultado seria fruto de avanços tecnológicos que aprimorariam ainda mais o diagnóstico de avarias, os cortes de custos e a prevenção de problemas. Muitos especialistas sugerem inclusive que, em breve, as versões digitais serão capazes de propor soluções por conta própria.

Caso isso aconteça, estaremos próximos de encontrar outra aplicação para os gêmeos digitais: a duplicação de seres humanos. Com isso, os seres humanos teriam versões capazes de replicar atitudes e executar tarefas cotidianas do mundo virtual sem a participação da sua contraparte real.

Desenvolvedor Cidadão

Computação
Foto: Unsplash

Ainda que não seja uma inovação tecnológica, o desenvolvedor cidadão é uma tendência muito importante para o setor da computação. Uma peça que já provou seu valor e tem potencial para crescer em tempos em que organizações baseiam seus processos na inovação ágil e contínua.

Essa classificação surge como um braço da Tecnologia da Informação, cujo diferencial é a presença de profissionais de outras áreas. Pessoas sem treinamento de programação que desenvolvem softwares e aplicativos a partir do seu conhecimento empresarial, adequando-os às exigências de cada cliente.

No entanto, para que isso seja viável, o mercado precisa investir em plataformas sem código ou de baixo código. Essas ferramentas são capazes de transformar qualquer pessoa em um desenvolvedor cidadão, eliminando barreiras e permitindo a criação de sistemas sem depender da programação tradicional.

Devido à alta demanda por desenvolvedores, o surgimento dessa nova profissão foi visto como uma solução para o mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, o U.S. Bureau of Labor Statistics (órgão governamental responsável por fazer estatísticas sobre carreiras) revelou que a busca por profissionais da área de desenvolvimento superou a taxa média de ocupação de cargos nos últimos anos.

Nesse cenário, o desenvolvedor cidadão ajuda a sanar as necessidades das instituições digitais por soluções rápidas e direcionadas para o consumidor. É possível que o próprio usuário final ou alguém próximo participe ativamente de um aplicativo adequado à sua realidade.

Além da assertividade dessas soluções, os benefícios dessa tendência passam pela aceleração de processos, aumento da produtividade e democratização da inovação. Características essenciais para negócios que giram em torno da evolução tecnológica.

Computação sem Servidor 

Computação

Recentemente, a criação de aplicações para a internet, como os aplicativos, dependia de hardwares com capacidade para executar o servidor. Quando a computação em nuvem chegou ao mercado, esse cenário passou por uma revolução.

A computação sem servidor caminha junto com essa tecnologia, uma vez que os próprios provedores de nuvem passam a ser responsáveis pelo gerenciamento de recursos e pela execução do servidor durante o desenvolvimento dos softwares.

A ideia é terceirizar essas tarefas para diminuir as limitações estruturais, reduzir os custos e garantir que os desenvolvedores fiquem livres para escrever códigos e desenvolver tais aplicações.

As vantagens da computação sem servidor continuam surgindo no aumento da praticidade organizacional, na simplificação de atividades cotidianas e no crescimento da produtividade dos profissionais de TI. Com isso, torna-se viável o desenvolvimento de soluções mais inovadoras, ágeis e preparadas para responder às mudanças constantes do mercado.

Outro fator importante é a liberdade, visto que os serviços deixam de ser limitados pela infraestrutura. Antes, um desenvolvedor seria obrigado a analisar a capacidade de armazenamento do banco de dados e adequar seu trabalho à disponibilidade do hardware.

Tais benefícios agregam tanto valor que não passam despercebidos. Não é à toa que o mercado da computação sem servidor está em franco crescimento desde 2018, tendo potencial para alcançar a marca de 14,93 bilhões de dólares até 2023.

Edge Computing (Computação de Borda)

Edge Computing

A computação em nuvem revolucionou o setor quando a demanda era acessar um grande volume de dados a qualquer momento e de qualquer ponto do mundo. No entanto, essa solução aparentemente incrível esbarrou no aumento contínuo da necessidade de processamento.

Com o crescimento do número de usuários e dispositivos conectados à internet, o tráfego de dados por meio da nuvem ficou sobrecarregado. A saída para resolver esse congestionamento é a edge computing ou computação de borda.

O conceito é um pouco complicado, mas pode ser resumido pelo processamento de dados fora da nuvem. Para isso, usam-se os próprios dispositivos ou um local físico próximo ao usuário, criando uma teia de microprocessadores nas bordas da rede.

Na atualidade, todos os dados gerados e armazenados em um smartphone, por exemplo, são enviados para a nuvem. Na computação de borda, os dados seriam selecionados de acordo com a relevância para reduzir o congestionamento do tráfego.

As operações urgentes ou recorrentes são processadas localmente, enquanto as informações que precisam ser guardadas a longo prazo são encaminhadas para a nuvem. Como consequência, os aparelhos se comunicam com a rede de forma mais rápida.

Para exemplificar, imaginemos um carro autônomo. Ele se beneficia da computação de borda, porque qualquer atraso no processamento de dados, por menor que seja, influencia na tomada de decisões e causa um acidente.

Além disso, o bom uso da edge computing reduz os custos da rede e o tempo de carregamento, evita problemas com a banda larga, aprimora as transmissões ao vivo e oferece mais segurança para a movimentação de dados. Isso sem contar que, com a implementação de um sistema de borda, as diversas sedes de uma empresa continuam operando no caso de uma interrupção na central. 

Por conta de todas essas vantagens, uma parcela dos especialistas defende que a computação em nuvem será substituída em breve. Outra parte, acredita em uma existência complementar em que a computação de borda participa da seleção de dados, atuando como subordinada da nuvem para garantir o melhor processamento de dados possível.

Inteligência Artificial Emocional

Inteligência Artificial
Foto: Unsplash

A inteligência artificial faz parte da nossa vida há alguns anos, porém isso não impede que a evolução seja contínua. O que nos leva a um dos integrantes mais inovadores e futuristas dessa lista.

A ideia por trás da inteligência artificial emocional é evoluir os sistemas existentes até o ponto em que eles entendam as emoções humanas em tempo real. Dessa forma, os assistentes virtuais terão a capacidade de compreender e adaptar sua comunicação a partir de expressões faciais, gestos e outros elementos da linguagem não verbal.

Aproveitando-se de conceitos como machine learning, essa tecnologia deve ser atualizada com expressões e estados emocionais que representam pessoas de todos os cantos do mundo. Os objetivos principais são aumentar o nível de aprendizado, aprimorar a assertividade das respostas e construir um relacionamento empático entre consumidor e produto.

Inclusive, os usuários esperam por um avanço nesse aspecto do relacionamento. Segundo uma pesquisa da Ericsson, 60% dessas pessoas acreditavam, em 2019, que sistemas preparados para entender e reagir aos nossos sentimentos seriam uma realidade no futuro.

Como ferramenta, a inteligência artificial emocional pode melhorar a experiência do usuário, automatizar processos, aumentar a fidelização, influenciar decisões de compra por meio do envolvimento emocional e ajudar na construção de personas. Parece muita coisa, mas é possível imaginar outras aplicações dignas dos filmes de ficção científica.

De acordo com diversos especialistas, uma tecnologia como essa pode entender as reações do consumidor a uma propaganda, detectar mentiras em entrevistas de emprego, auxiliar em diagnósticos de depressão e ansiedade, reconhecer quando o motorista está sonolento, checar se as crianças estão satisfeitas no banco de trás, adaptar os jogos on-line ao humor do consumidor e até mesmo ensinar emoções para crianças autistas.


Essa lista de aplicações mostra como a tecnologia é essencial em diversos âmbitos da sociedade. Ao mesmo tempo, os inúmeros benefícios atribuídos a cada tendência listada aqui comprova como qualquer evolução tem potencial para mudar vidas.

A computação é uma peça-chave das transformações que acontecem ao nosso redor. Ela é a responsável por processar dados, moldar os cenários e reprogramar o mundo, garantindo que as próximas décadas sejam marcadas por uma conexão eficiente entre pessoas, produtos e empresas.


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