Descubra como é possível a Pessoa Jurídica entrar no mercado financeiro e quais são os melhores investimentos financeiros para seu dinheiro render mais.

Tempo de leitura: 8 minutos.

Com o rendimento da poupança abaixo da inflação, o brasileiro vem adotando cada vez mais métodos alternativos de investimento, com o objetivo de fazer seu dinheiro render mais. Essa atitude resultou em um aumento da procura por produtos financeiros, tanto de renda fixa quanto de renda variável.

Porém, o que muitos empresários não sabem é que a Pessoa Jurídica também pode realizar investimentos no mercado financeiro. A partir de certos investimentos inteligentes, o dinheiro da empresa irá render mais do que na conta-corrente, fazendo com que o capital de giro aumente e ajude a alcançar os objetivos traçados pelo planejamento financeiro a médio e longo prazo. 

Neste artigo, vamos mostrar quais são as diferenças entre os investimentos feitos por Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas, o que a empresa deve possuir para entrar no mercado financeiro e quais são os melhores investimentos para o dinheiro render mais do que na poupança.

Exigências para Começar a Investir

Enquanto o processo para uma Pessoa Física começar a investir é bem simples, quando se trata de investimentos realizados por Pessoas Jurídicas, o caminho fica um pouco mais burocrático. Primeiramente, é necessário escolher uma corretora de confiança e verificar quais são as documentações exigidas para poder começar a investir. Geralmente, os documentos requisitados são:

  • Balanço Patrimonial;
  • Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
  • Documentação dos sócios;
  • Declaração de faturamento.

Nessa parte, é fundamental a ajuda da contabilidade para sanar possíveis dúvidas e evitar que documentos com divergências ou desnecessários sejam enviados. Após ter a conta aberta na corretora e estar com toda a documentação regularizada, é o momento de definir qual deve ser o perfil de investidor da empresa e quais serão os produtos financeiros a serem adquiridos.

É importante frisar que, ao contrário de épocas anteriores, como nos grandes pregões da década de 80, as empresas não precisam estar necessariamente em total contato com as corretoras por telefone ou presencialmente. Atualmente, todos os investimentos podem ser feitos de forma on-line, por meio de aplicativos.

Perfil do Investidor

O perfil do investidor mostra qual o risco que os sócios da empresa estão dispostos a correr para deixar seu dinheiro em determinados investimentos. De acordo com a Instrução 539 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as instituições financeiras devem classificar o perfil de investidor dos clientes e oferecer somente produtos adequados ao perfil.

Atualmente, existem três tipos de investidores no mercado financeiro, sendo eles:

  • Conservador: Quer assumir os menores riscos possíveis, colocando a segurança das suas aplicações à frente da rentabilidade. É o tipo de investidor que quer saber como investir na crise e não comprometer seu capital;
  • Moderado: Não abre mão de possuir uma segurança sobre seus investimentos, porém também busca uma rentabilidade maior que a média;
  • Agressivo: Aceita assumir riscos e até perder parte do seu dinheiro em determinados períodos para buscar uma rentabilidade maior a longo prazo.

Como é de se esperar, tratando-se de uma Pessoa Jurídica, não é recomendável que se adote o perfil agressivo, pois o capital de giro da companhia está em jogo, podendo acarretar perdas significativas em um curto prazo. Dessa forma, o perfil de investidor que uma empresa jurídica deve seguir é preferencialmente o perfil conservador, pois sua renda não é principalmente dos seus investimentos, mas sim dos seus negócios.

Investimentos Financeiros

Definido o perfil de investidor, é necessário conhecer quais são as modalidades de investimento e suas diferenças. Vamos descobrir!

Modalidades de Investimentos

Existem duas modalidades de investimento chamadas de Renda Fixa e Renda Variável. Ambas possuem diversos produtos financeiros e trazem algumas vantagens e desvantagens. Por isso, é necessário avaliar cada uma delas.

Investimentos Financeiros

Renda Fixa

É a modalidade de investimento para investidores que querem uma maior segurança, oferecendo uma rentabilidade estabelecida e um retorno seguro, pois, geralmente, possuem a garantia de algum órgão de segurança.

É a mais recomendada para Pessoas Jurídicas, uma vez que garante um retorno sobre o capital investido sem precisar passar por flutuações do mercado, além de possuir vários investimentos a curto prazo.

Renda Variável

A modalidade de Renda Variável engloba investimentos que não possuem um retorno pré-determinado no momento da sua obtenção, dependendo de variações do mercado e da economia como um todo para se valorizarem ou não.

Fazendo um paralelo com uma empresa, ela pode ter em seu planejamento a quantidade de itens que serão vendidos ou o faturamento em determinado período, porém não é possível garantir que essa previsão se concretize. 

Dessa forma, não é recomendável a aplicação de todo ou grande parte do capital de uma empresa em investimentos de Renda Variável, porque, mesmo que possam retornar uma rentabilidade maior do que a Renda Fixa, o risco ao qual o capital de toda a empresa estará sujeito é muito grande, colocando em risco o faturamento do negócio. A Renda Variável deve ser considerada como um investimento a longo prazo, no qual apenas uma parte do capital poderá ser aplicada.

Investimentos para Empresas

A diversidade de produtos financeiros para Pessoas Jurídicas é menor do que para Pessoas Físicas. O Tesouro Direto, por exemplo, é um produto que não está disponível para empresas. Porém, ainda existem ótimas áreas para se investir o dinheiro e vê-lo render mais, vamos analisar cada uma delas.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

É um título que funciona como um empréstimo para algum banco, sendo que o investidor é remunerado ao final do prazo acordado. O acordo do CDB pode ocorrer de diversas formas em relação à liquidez (prazo para se ter retorno do investimento) e à rentabilidade (valorização do dinheiro).

Em geral, os CDBs possuem sua rentabilidade atrelada a um índice econômico denominado Certificado de Depósito Interbancário  (CDI), que acompanha de perto a taxa de juros. Também é considerado um investimento seguro, pois possui a proteção do fundo garantidor de créditos para valores até R$ 250.000,00.

Letras de Crédito do Agronegócio e Letras de Crédito Imobiliário (LCA/LCI)

São títulos que, da mesma maneira que os CDBs, são emprestados ao banco com uma remuneração ao fim do empréstimo. A diferença desses investimentos é que na LCA o banco financia atividades do setor agrícola, enquanto que na LCI o financiamento é feito no setor imobiliário.

A rentabilidade do investimento pode ser do tipo pré ou pós-fixada, ou seja, determinada com antecedência ou acordada com o valor de algum índice – CDI ou Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – no momento da retirada do dinheiro. Também possuem garantias para investimentos até R$ 250.000,00.

Fundos de Investimentos

São fundos em que vários investidores se unem para comprar diversos ativos com o objetivo de fazer o dinheiro render mais. Os fundos podem ser basicamente de Renda Fixa, Variável ou Mista.

Quando se trata de retornos rápidos, o mais recomendável é a opção por fundos DI, os quais seguem o CDI –  taxa semelhante ao Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) –  e provê um resgate instantâneo, sendo considerado um investimento a curto prazo.

Uma vantagem dos fundos de investimentos é a atuação de um gestor profissional para a gerência dos investimentos. Porém, como o fundo pode contar com diversas modalidades de investimento, é sempre necessário atentar-se à sua liquidez.

Ações

Empresas também podem atuar na Bolsa de Valores e comprar ações de outras empresas, recebendo dividendos e lucrando com vendas futuras. Tal investimento pode trazer uma rentabilidade acima da média no longo prazo, como também pode comprometer todo o capital investido.

Dessa forma, caso a empresa decida investir em ações, é necessário tomar cuidado. Nunca se deve aportar todo o capital da empresa em investimentos de Renda Variável, tal como as ações, e nem contar com o dinheiro investido no curto prazo, pois essa modalidade deve ser considerada como um investimento a longo prazo.

Quando se trata de Pessoa Jurídica, o investimento em ações deve levar em conta apenas uma pequena parcela do capital que não comprometa a saúde financeira da empresa, bem como será preciso ter uma visão a longo prazo para que as ações adquiridas retornem dividendos significativos e se valorizem. Em nenhuma hipótese a realização do day trade (operações que se aproveitam da volatilidade do mercado) é recomendada, tendo em vista o altíssimo risco desse tipo de operação.

Para investir em ações, é necessário um estudo aprofundado sobre a empresa em geral, seu mercado de atuação, saúde financeira e perspectivas de crescimento. Também é recomendado que se tenha um portfólio diversificado de ações para reduzir o risco de prejuízo.

Atenção com Investimentos de Rendas Variáveis

Além do risco de investir o capital da empresa em investimentos que não possuem uma previsibilidade, existe mais um fator que é necessário levar em consideração quando se decidide investir em Renda Variável. Tal fator está relacionado ao objeto social da empresa.

Caso o investimento em Renda Variável se torne muito vantajoso e a empresa consiga lucrar significativamente nessa ação, ela pode ser passível de sanções de órgãos fiscalizadores, pois o seu rendimento está sendo obtido por meio de atividades financeiras e não da atividade empresarial do negócio.

Isso acontece porque as empresas que obtêm lucros muito altos no mercado financeiro possuem um tipo de tributação que é maior em relação à de empresas comuns. Dessa forma, se uma Pessoa Jurídica obter muito lucro por essa fonte, ela estará realizando uma atividade que o regime de tributação não enquadra, estando passível de punições.

Investimentos Financeiros

Sendo assim, é altamente recomendável que o capital investido seja em produtos de Renda Fixa que provêm uma rentabilidade maior do que a poupança. Caso decida investir em Renda Variável, atente-se para os riscos.

Conclusão

Toda empresa deve procurar formas de aumentar seu capital de giro, seja para fazer uma reserva de emergência, seja para arcar com salários futuros de funcionários ou para investir na expansão do negócio.

Muitos empreendedores ainda não tinham o conhecimento, mas é possível investir no mercado financeiro por meio de Pessoas Jurídicas. Com isso, uma parte do capital que era deixado em poupanças ou contas-correntes pode ser transferido para outros investimentos de Renda Fixa ou Variável que retornam um rendimento maior do que o que se consegue atualmente nos bancos.

Não é possível determinar um melhor investimento atualmente entre todas as opções do mercado. O empresário deverá optar pelo investimento que te faça sentir seguro, tais como os de Renda Fixa.

Para ter segurança nos investimentos, é aconselhável que se mantenha contato direto com a corretora e adote uma diversificação nos rendimentos, diminuindo a chance de uma variação inesperada do mercado interferir nos seus rendimentos. Essa recomendação ganha reforço quando a Pessoa Jurídica começa a investir em Renda Variável, pois a imprevisibilidade é muito grande e pode colocar em risco todo o capital investido.

Além disso, é necessário ficar atento para os rendimentos da empresa em Renda Variável, pois a empresa pode fugir do seu objeto social e não ser tributada como deveria, ocasionando futuras sanções.

Tomando todos os cuidados e sendo responsável, o investimento por Pessoas Jurídicas, principalmente em Renda Fixa, é muito bem-vindo, e o retorno pode ser de grande ajuda em tempos de crise. Durante esse processo, mantenha a contabilidade sempre ciente das ações tomadas, dessa forma a empresa saberá onde investir o dinheiro para render mais e qual a forma de tributação correta.

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