Descubra o que é o processo de inovação aberta, o papel do erro na inovação das empresas e os quatro equívocos mais comuns cometidos no mundo empresarial ao tentar inovar.
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Com o mundo globalizado, a concorrência entre as empresas está cada vez mais acirrada, fazendo com que as organizações se adaptem a novos comportamentos e inovem sempre em busca de satisfazer os desejos e necessidades atuais e futuras dos clientes.
Acelerando essa tendência observada nos últimos tempos, a pandemia da Covid-19 criou uma necessidade urgente de ruptura de padrões por parte das empresas em seus ramos de atuação. Aquelas menos preparadas para a inovação disruptiva não resistem ao mundo digital e sofrem com a perda de faturamento ou até o seu fechamento.
Buscando inovar, empresas investem em diversos treinamentos, congressos e workshops para buscar ideias e inspirações a fim de trazer ganhos ao seu negócio. Em geral, o desejo de inovar sempre é muito grande, porém, na prática, o processo de inovação não é algo simples.
O receio de implementar algo que não funcione, a necessidade de um investimento compatível que não coloque em risco a sua saúde financeira e não ter a clareza de quais inovações devem ser realizadas levam as empresas a amontoar uma série de erros no processo de inovação. Tais erros podem fazer com que as organizações fiquem estagnadas e concluam que a tecnologia e a inovação não fazem parte da sua cultura empresarial.
Visando melhorar a eficiência do processo de inovação, neste artigo iremos apresentar o conceito de inovação aberta, que é fundamental para empresas que querem inovar e não possuem recursos suficientes, a importância de certos tipos de erro no processo de inovação e mostraremos quatro equívocos comumente feitos quando a empresa pensa em inovar.
Processo de Inovação Aberta
Micro, pequenas e médias empresas geralmente possuem uma quantidade de recursos limitada para investir em inovação, o que traz incertezas e dificulta a análise dos possíveis cenários e benefícios que uma determinada inovação pode trazer.
Nesse cenário, visando auxiliar as empresas a tomarem decisões, surge o modelo de inovação aberta, que consiste no compartilhamento de conhecimento entre as empresas para a elaboração de estratégias de inovação. Resulta em trocas a respeito riscos, incertezas e ideias de inovação para que o processo de decisão seja melhor fundamentado e gere uma economia compartilhada entre as empresas, diminuindo a necessidade de maiores investimentos.
Um exemplo de inovação aberta pode ser mostrado no caso de duas lojas de eletrodomésticos. Enquanto uma loja possui um excelente controle de estoque e um atendimento regular, a outra possui um ótimo atendimento e um controle de estoque inadequado. Se cada empresa decidir agir sozinha e pesquisar sobre softwares, treinamentos e modelos de gestão para suas deficiências, o tempo e o investimento necessários serão muito maiores do que se as duas lojas se unirem para trocar conhecimento sobre suas qualidades. Dessa forma, por meio da inovação aberta, as duas empresas irão inovar com um investimento muito menor do que se agissem sozinhas.
O Erro no Processo de Inovação
Historicamente, o erro foi um fator fundamental para que novos conceitos, habilidades e técnicas fossem desenvolvidas, fazendo o homem sair da era primitiva e chegar até a modernidade.
Em uma empresa, o processo de inovação não é diferente de todos os outros processos da natureza, ou seja, os erros acontecem e são importantes no processo. Apenas por meio da análise dos erros é que uma ideia pode ser aprimorada, revista e implementada da melhor forma na empresa, seja internamente ou em novos produtos.
Porém, em virtude de uma série de fatores, tais como a falta de conhecimento em alguma área, a falta de gestão organizacional ou de recursos humanos, alguns erros desnecessários costumam aparecer no processo de inovação. Esses erros não contribuem para o processo e devem ser evitados para otimizar o tempo na tomada de decisão, embasá-la e reduzir o custo de inovação.
4 Erros a Serem Evitados no Processo de Inovação
A seguir, iremos mostrar os quatro principais erros que devem ser evitados no processo de inovação de qualquer empresa. Confira!
Inovar Sozinho
Em algumas empresas, o processo de inovação está centrado apenas no empreendedor, o que não é a atitude mais recomendada, pois a inovação deve partir de ideias e opiniões de toda a equipe, não de apenas uma pessoa.
A responsabilidade do empreendedor sobre a empresa é enorme. Muitas vezes é sobre ele que está encarregada a função financeira, logística, administração, entre todos os outros papéis importantes da organização. Como é o criador da empresa, ele atua em todos seus segmentos, o que traz muitas tarefas e obrigações.
Caso a tarefa de inovar parta apenas do empresário, ele ficará sobrecarregado com várias obrigações e pode ser que não consiga tratar da inovação da empresa como deveria, deixando passar oportunidades valiosas de inovar e se tornar mais competitivo.
Esse comportamento ocorre muitas vezes em empresas de pequeno porte, nas quais o dono acumula várias tarefas de gerência. Em situações como essa, o ideal é ouvir a opinião de todos os colaboradores, pois eles podem ter sugestões valiosas de inovação em cada setor, trazendo muitos benefícios para a empresa, bem como possuem um senso crítico em relação às ideias que o gestor pretende implementar.
Pensar em Apenas uma Alternativa de Inovação
Muitas vezes, no anseio de acelerar o processo de inovação, as empresas pensam em apenas um meio de inovar, não levando em conta todas as outras opções existentes. Isso não é o mais recomendado, é possível deixar passar várias oportunidades que trazem um custo menor de implementação e uma maior eficiência para a organização.
Podemos citar o caso de uma empresa que possui sua sede em um imóvel alugado. Tal organização possui um alto gasto com energia elétrica e deseja diminuir esse custo. Dessa forma, os diretores decidiram, de imediato, investir em painéis solares, realizando todo o investimento necessário para a construção de um sistema próprio para a geração de energia solar.
Porém, com os olhares voltados apenas para essa possibilidade, algumas alternativas mais eficientes e com menor custo foram deixadas de lado. Nessa situação, será mais vantajoso para a empresa o investimento em energia solar por meio da geração distribuída de energia, em que empresas constroem usinas solares e oferecem o aluguel das placas solares a outras empresas que usufruem da energia solar, dispensando o custo de instalação e manutenção de um sistema próprio e garantindo uma enorme praticidade e economia.
Não Estimular a Criatividade entre Todos os Colaboradores
As pessoas que compõem uma empresa são os fatores mais determinantes no sucesso da organização. Caso os colaboradores sejam incentivados a pensar de uma forma criativa, tendo programas e treinamentos para estimular esse pensamento, o processo de inovação será implantado de ponta a ponta, a responsabilidade será compartilhada por todos e mais ganhos e ideias inovadoras surgirão.
Muitas vezes quem mais conhece algum processo da empresa é o colaborador que trabalha no setor. Caso esse colaborador tenha um pensamento criativo, ele será capaz tanto de sugerir quanto de analisar a viabilidade de ideias inovadoras para a sua área.
Várias empresas, desde indústrias até startups, possuem uma política de incentivo à criatividade dos colaboradores, separando um horário da semana para que sejam debatidas melhorias nos processos e sugestões de novos produtos e serviços com a colaboração de trabalhadores de diversos setores.
Inovar sem Testar
Um erro muito cometido nas empresas, é a implantação imediata de uma ideia sem a devida avaliação. Quando isso ocorre, a chance de o novo método de produção ou novo serviço lançado não ter o retorno esperado é muito grande.
A testagem de inovações é fundamental para se ter uma noção do quanto a mudança irá impactar na sociedade ou no local de trabalho e o quanto as pessoas irão aprovar esse novo método.
Antes de realizar um investimento em um novo maquinário ou mudar totalmente o sistema de produção, é indispensável o alinhamento com todos os colaboradores do setor produtivo sobre como será a nova metodologia de trabalho, bem como a simulação de vantagem que esse novo investimento trará.
Por exemplo: não será interessante investir em uma máquina que substitui quatro colaboradores e dobra a produção de determinado produto se não existem pessoas capacitadas para programar ou manusear o equipamento ou, ainda, se a demanda por esse novo produto não justifica o aumento na produção.
Da mesma forma, sempre que existir um planejamento de novos produtos no mercado, é necessário realizar uma pesquisa para certificar que existem potenciais clientes e que o produto resolve a necessidade dessas pessoas por completo. Caso isso não ocorra, o produto lançado pode não ter o sucesso esperado por não trazer uma solução personalizada para o consumidor.
Um exemplo desse tipo de teste com os clientes ocorreu pela empresa DropBox Inc., que armazena arquivos em nuvem. Antes de realizar o lançamento do serviço, a empresa elaborou e lançou nas mídias sociais um vídeo com todas as funcionalidades que a organização julgou que o serviço deveria ter.
Com o feedback dos clientes, o serviço foi aprimorado e lançado oficialmente somente depois de todas as otimizações terem sido feitas, o que resultou em um serviço de sucesso, pois levou em consideração as opiniões dos clientes.
Conclusão
Com a nova era digital, as empresas necessitam passar por um processo de inovação para se adequarem a todas as exigências atuais e futuras dos seus clientes. Isso traz um grande desafio para as organizações, principalmente as de pequeno porte, pois muitas vezes não possuem o conhecimento e os recursos suficientes para investir em inovações que realmente irão trazer benefícios e agregar valor ao seu produto ou serviço.
Para superar esse desafio, a adoção de um processo de inovação aberta, em que as empresas se unem para trocar conhecimento sobre suas estratégias gerenciais e de produção é fundamental, pois evita investimentos em ferramentas que não irão trazer o devido retorno e também demanda um menor tempo para a tomada de decisão sobre qual inovação adotar.
Essa estratégia de inovação evita incertezas e riscos, porém, é necessário compreender que determinados erros não devem ser evitados. Em um processo de inovação, o erro é a principal informação para melhorar o processo e identificar quais atitudes não devem ser tomadas. É claro que existe uma diferença entre erros no processo organizacional e o erro como base de informação para as tomadas de decisão.
Os erros nos processos organizacionais têm origem na cultura das empresas, em que a tomada de decisão deve partir apenas do gestor ou quando os colaboradores não são incentivados a terem iniciativas criativas.
Tais atitudes devem ser evitadas, pois, além de sobrecarregar o gestor da empresa, as ideias podem não ser bem recebidas pelos colaboradores e clientes, fazendo com que todo o planejamento não saia como esperado. Dessa forma, a distribuição de responsabilidades no processo de inovação, bem como o incentivo ao pensamento criativo dos colaboradores sãor essenciais para as empresas que desejam se adaptar aos novos tempos.
Além disso, o pensamento em apenas uma ideia de inovação e a implementação dessa medida sem o devido teste podem fazer com que a empresa perca um grande investimento e tempo em ações que não trarão resultado.
É extremamente importante a análise de diversas possibilidades para a solução de determinado problema e que a solução encontrada seja testada antes de ser implementada em definitivo. Dessa forma, medidas mais eficientes irão aparecer e serem aperfeiçoadas por meio do feedback de clientes e dos colaboradores da empresa.
Adotando a inovação aberta, evitando todos os erros desnecessários citados acima e incentivando o pensamento criativo de todos os colaboradores, sua empresa terá grandes chances de inovar nos processos-chave e obter uma grande vantagem competitiva no mercado.
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